Brasil esportivo, um lugar atrativo para
se fazer bons negócios
A conquista do Brasil do direito de
sediar os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro e a Copa do Mundo de 2014,
tem despertado o interesse das empresas nacionais e internacionais,
especializadas no setor esportivo, em investir no país
Foto 1: Fábio Silvério
Os pisos italianos também estão presentes nas quadras de pequenas equipes de voleibol do Estado
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Negócios no Esporte. O Brasil com a conquista do direito
de sediar a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro de
2016 se tornou um mercado atrativo para investimentos na área do esporte. Empresas
nacionais e de fora do país tem se voltado para o Brasil.
‘‘O
Brasil era um mercado do futuro. A evolução econômica brasileira culminando com
os grandes eventos obriga o país a se modernizar. E assim surgem grandes
oportunidades em um mercado pouco explorado e para as empresas internacionais é
interessante’’, explica Anderson Gurgel, jornalista especializado na área de
negócios.
O
professor universitário enfatiza a questão dos investimentos no paísl como
forma da acelerar o mercado interno: ‘‘esse momento permite atividades
econômicas amplas e se for atrelado ao investimento no Brasil ajuda o mercado
interno. Agora se for especulação é preocupante, é passageiro. Há esportes
pouco explorados no Brasil, como é o caso do MMA, que chegou e ganhou espaço
rápido’’, falou Gurgel.
O
professor destaca também a concorrência que vai se estabelecendo: ‘‘as empresas
de fora com melhor preço e qualidade, se for assim vão prejudicar o mercado
interno. É uma relação de custo benefício. Se as empresas nacionais não tiverem
conhecimento perderão mercado. Não sou a favor de uma proteção das empresas
nacionais e sim do investimento em profissionais melhores qualificados’’,
enfatiza Gurgel.
No
voleibol, o crescimento da modalidade, aliado as competições importantes em que
o país sediará, tem despertado o interesse das empresas.
A
Mondo, multinacional italiana, representada pela Playpiso no Brasil, trata-se
de uma das principais fornecedoras de pisos esportivos no voleibol e em outras
modalidades esportivas em todo o mundo e tem realizado negócios no país. A
empresa já participou de eventos como os últimos nove Jogos Olímpicos, a construção
das duas pistas de atletismo dos Jogos Pan-americanos de 2007, no Rio de
Janeiro, a pista de atletismo do Centro Esportivo, construído em Bragança
Paulista, no interior de São Paulo, inaugurado em 2008 e homologado pela Federação
Internacional e a Confederação Nacional de Atletismo, a IAAF e CBAT.
E
também o piso de voleibol dos Jogos Militares do Rio de Janeiro de 2011, numa
preparação para os Jogos Olímpicos do Rio em 2016.
Foto 2: Fábio Silvério
O piso instalado em Atibaia
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Foto 3: Fábio Silvério Parte de cima de um pedaço da borracha utilizada |
Foto 4: Fábio Silvério As camadas da borracha do piso |
Os
pisos emborrachados e vinílicos oficiais de voleibol também são homologado pela
Federação Internacional de Voleibol, a FIVB e usado em Ligas e Jogos
Internacionais.
Foto 5: Fábio Silvério
Outra parte das camadas do piso
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O time de voleibol de Atibaia está com um novo piso fornecido pela empresa italiana,
instalado em dezembro de 2011. As cotações realizadas com outras empresas
superaram os 200 mil reais e a Mondo apresentou o valor de 190 mil, mais tarde
o negócio foi fechado em torno de 115 mil.
A
equipe disputa o Campeonato Paulista da Divisão Especial, a Super Liga Nacional
Série B, os Jogos Regionais e os Jogos Abertos do Interior.
Foto 6: Fábio Silvério
A equipe de Atibaia que disputou a Super Liga Série B de 2012
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A
Associação Esportiva de Atibaia administra o projeto do voleibol e capta
recursos pela Lei Estadual de Incentivo Ao Esporte, através do
imposto sobre circulação de mercadorias e prestação de serviços, o ICMS e a
Lei de Incentivo ao Esporte Municipal, pelo Imposto Sobre Serviços, o ISS, das
empresas parceiras.
O
ex-presidente da Associação, Júlio César Paulinetti, que entregou o cargo no
final de março de 2012, após oito anos de mandato e ainda faz parte do elenco
de jogadores, explicou como se deu o negócio: ‘‘aconteceu através da Federação
Paulista de Voleibol, a Mondo se interessou em colocar o piso em Atibaia. O
acerto foi fechado em junho de 2011. Hoje é o piso mais moderno do mundo. Somos
a única cidade no Estado de São Paulo que possui este piso de forma particular.
O interesse deles não é só os Jogos Olímpicos, mas os Jogos é um fator. Eles
exportam o produto que desperta o interesse pela durabilidade ser muito grande’’.
Foto 7: Fábio Silvério
O levantador e ex-presidente da Associação Júlio Paulinetti
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O
atual presidente da Associação é Hélio Costa e Veiga, até 2016.
As
empresas parceiras que viabilizaram a captação de recursos foram: AMBEV, Astra
e Grammer. A Associação pode captar por ano um pouco mais de 700 mil reais, que
são utilizados no pagamento de taxas de arbitragens, piso, taxas federativas,
hospedagens, viagens, bola, uniforme e outros materiais esportivos.
‘‘A
Lei de Incentivo ao Esporte é para infraestrutura. Aprovado, a empresa tem
escolhido o seu projeto e os investimentos são feitos através do site da
Fazenda do Estado. O percentual de captação varia de 1% a 3% do ICMS, de
qualquer empresa do Estado de São Paulo. Já pela Lei Municipal, é possível
captar de 0 a 20% do valor do imposto recolhido. O Governo Municipal é quem
decide o quanto será captado.’’, explica Paulinetti.
Foto 8: Fábio Silvério
O secretário de esportes José Ricardo, o ‘‘Alemão’’
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Para
José Ricardo Teixeira Ribeiro, secretário de esportes de Atibaia, a instalação
do piso nos valores negociados é apontada como positiva: ‘‘foi favorável, o
esporte de alto nível exige maior custo, demos um salto de qualidade,
conseguimos um equipamento de primeira linha para o time e para a comunidade
também, que pode usar a quadra. Seria difícil para a Prefeitura direcionar a
compra deste piso de alta qualidade’’.
O
ex-presidente da Associação reforça quanto ao interesse da multinacional no
mercado nacional: ‘‘é comercial, tem também a Copa do Mundo movimentando o
dinheiro no esporte. Acredito que até 2016, dentro do voleibol, o mercado vai
crescer, terá investimento. Será criado uma bolha e quem quiser crescer tem que
estar dentro dela, mas depois dos Jogos acredito que irão cair os investimentos’’,
citou Paulinetti.
O
jornalista e autor do livro Futebol SA Economia Em Campo, Anderson Gurgel,
opina sobre o futuro dos investimentos no país após as grandes competições: ‘‘depende
das coisas que serão feitas. Se for atrelado ao poder público não deve se
estender. Agora se capitalizarem um mercado interno os investimentos devem se
manter. Quanto a Copa do Mundo, está tudo muito encima para a criação da
estrutura e a perspectiva é preocupante’’.
O
piso instalado em Atibaia tem gerado novos negócios: ‘‘nós indicamos a empresa
para três ou quatro municípios, deu resultado com a propaganda que fizemos,
estão colhendo os frutos’’, conta Paulinetti.
Foto 9: Fábio Silvério
O atleta Júlio Paulinetti
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