terça-feira, 8 de janeiro de 2013

O homem que não foi o imperador do futebol japonês 05012013


O homem que não foi o imperador do futebol japonês
Zanatta recebeu o convite para jogar no Japão, não aceitou e transmitiu a oportunidade ao amigo de infância, Rui Ramos, o brasileiro adorado pelo povo da Terra do Sol nascente

Foto. O ex-profissional Zanatta mora hoje em Atibaia

Histórias do Futebol 1. No final da década de setenta, dois jogadores do bairro do Ipiranga, em São Paulo, faziam parte das categorias de base do SAAD, hoje o São Caetano, porém, mal sabiam o que o destino reservava para ambos.
Gilberto Anastácio de Farias, o meio campista Zanatta, apelido que recebeu dos jornalistas Eli Coimbra e Roberto Petri por parecer com o ex-meia do Vasco e do Flamengo, começou a carreira no dente de leite do General Motors FC, em 1972. E no juniores do São Caetano foi promovido para o profissional, assinando um contrato de gaveta, algo normal na época. O seu amigo, Rui Ramos, o zagueiro que se tornou meia, tinha estourado a idade e não subiu para o profissional e foi dispensado.
Naquele período, um brasileiro de descendência japonesa, Jorge Yanashiro, foi para o Japão trabalhar em um jornal e jogar no time da empresa. Após dois anos voltou ao Brasil com a missão de levar dois brasileiros. O irmão de Rui Ramos, Carlos Nicotra, o ‘‘Ganso’’, foi convidado e o outro escolhido foi o garoto Zanatta. A reunião onde se definiu pela escolha dos dois foi num bar na Vila Anae, no Ipiranga. Dois contratos na mesa. Zanatta e Ramos não estavam presentes.
Primeiro Zanatta, ao ser comunicado aceitou, mas voltou atrás.
‘‘A história de que não fui jogar no Japão por impedimento de mãe ou namorada nunca existiu, eu tinha me tornado um profissional no SAAD, então transferi o meu convite ao Ramos e ele aceitou, só isso, essa é a mais pura verdade. Pra mim não era interessante porque no Japão o futebol praticamente inexistia em 1975. Eles foram trabalhar e jogar pelo Yomiuri, o jornal de maior circulação do Japão na época, para ganhar algo em torno de 1.500 dólares por mês e disputar um campeonato aos moldes da terceira divisão amadora de Atibaia. Eu já ganhava no SAAD algo em torno de três salários mínimos, significante na época e me dava status de profissional. E eles foram e passaram dificuldades, o Ramos quebrou a perna, a gente se falava por carta e ele contava os momentos difíceis que atravessou’’, explica Zanatta.
Ruy Gonçalves Ramos Sobrinho, do Rio de Janeiro, se naturalizou japonês em 1989. Foi um dos primeiros jogadores estrangeiros no futebol profissional japonês, pelo Yomiuri, que virou o Verdy Kawasaki e hoje é o Tokyo Verdy. Foi peça importante da equipe japonesa de 1990 a 1995 e na campanha das eliminatórias pra Copa do Mundo de 94. ‘‘O jogo de sua vida foi diante da Arábia Saudita nas eliminatórias asiáticas pra Copa dos Estados Unidos, o Japão ficou por um gol de se classificar’’, disse Zanatta.
Como jogador foi artilheiro da Japão Soccer League em 1979 e 1983 e melhor jogador do ano em 1990 e 1991. Ramos se aposentou em 1998, com 41 anos de idade.
Também foi consultor técnico e conselheiro, e tornou-se treinador do Japão no futebol de praia. Depois foi nomeado técnico do Tokyo Verdy. Mais tarde se tornou diretor executivo do clube.
‘‘Tinha uma técnica refinada, conheci como zagueiro aos moldes do Dário Pereira, mas era eclético e passou para a meia esquerda. Tinha bom domínio de bola, os fundamentos e a qualidade do jogador brasileiro. Essa técnica foi valorizada no Japão. Um grande amigo, de muito caráter’’, cita Zanatta.
‘‘O Rui jogava muito, em qualquer lugar que o colocasse, depois passou a jogar no meio lá no Japão. O Zanatta era um volante maestro, jogava demais. O que prejudicou é que ele foi para o São Caetano e o colocaram na lateral direita para escalar o Toninho Vieira no meio’’, recorda-se Suzete de Oliveira, o ‘‘Baiano Barbeiro’’, ex-técnico do Santo Antônio, time amador do bairro Maracanã, em Atibaia, interior de São Paulo, onde os jogadores atuaram.
Zanatta nasceu em 27 de janeiro de 1958, na capital, é casado, tem quatro filhos, três meninas e um menino e bate sua bolinha em times de veteranos.

Zanatta como profissional defendeu vários clubes

Histórias do Futebol 2. No SAAD, Zanatta conquistou muitos títulos regionais e ficou até 1981, quando foi pro Santo André. Em 81, devido a boas apresentações defendeu a Seleção Paulista e representou o Brasil no Torneio do Rei da Malásia. “Eu era o capitão e tinha como companheiros o Wilson Gottardo, Tuico, ex-Santos e o Barbosa, ex-Palmeiras. Passamos na Ásia jogando contra Japão, índia, Indonésia, Iraque, Coréia, Malásia, Austrália, Nova Zelândia, entre outros”, se lembra.
Zanatta jogou na Francana, Santo André e Remo. Em 2005, esteve no Japão como treinador de futebol para crianças de 10 a 12 anos, no Requios FC, time amador de Okinawa.
Em 1982 foi para a Francana, do interior de São Paulo. E participou da vitória do time de Franca contra o Corinthians, pelo segundo turno do Paulistão daquele ano, a partida foi no estádio Lanchão, em Franca. O árbitro era Romualdo Arppi Filho.
Mais tarde o Timão foi campeão ao bater o São Paulo por 3 a 1, no Morumbi.
Zanatta defendeu o Remo (1983), Bragantino (1983), Palmeiras de São João da Boa Vista (SP - 1984), voltou ao Santo André em 85, Capivariano (SP - 85/86), Guaçuano (SP- 86), União FC de Mogi das Cruzes (SP-87), Dom Bosco de Cuiabá (MT - 88) e o Grêmio Atibaiense (SP - 89), onde encerrou a carreira após contusão no ligamento cruzado anterior de um dos joelhos, teve que colocar dois “pinos”.
‘‘Minha carreira valeu, a gente vai mudando os valores da vida. Acredito muito em Deus, o que faltou foi a oportunidade na hora certa, mas eu era muito feliz jogando e não importava se estava no Bragantino ou no Flamengo. O importante era estar disputando. Me arrependo de não dar continuidade, de me preparar pra ser treinador’’, conta Zanatta.

Santo Antônio trouxe Zanatta para Atibaia

Foto2. O Black Power do Ipiranga, onde Zanatta e Rui Ramos jogavam

Histórias do Futebol 3. A cidade de Atibaia, onde Zanatta mora atualmente, surgiu na vida dos dois boleiros antes da profissionalização, ambos jogavam no Black Power, time amador do Ipiranga, na capital e o compadre de Zanatta, o já falecido ‘‘Borção’’, por trabalhar em São Paulo, via vários jogos e os trouxe para o Santo Antônio.
O técnico Baiano explicou por que eles pararam de atuar no time do bairro do Maracanã:
‘‘o Zanatta eu não quis mais em oitenta, por que ele era profissional no SAAD e vinha para cá e tinha gente que o entregava no São Caetano, falava que o Zanatta tava jogando muito em Atibaia. Agora o Rui tinha ido pro Japão’’.
Baiano se lembra de quando Rui Ramos veio passear no Brasil em 1980: ‘‘nós fizemos a final do Campeonato de Atibaia contra o Grêmio, ele queria jogar, não deixei com medo de punição. Perdemos de dois a zero, eu devia ter escalado o Rui e pelo menos garantir a foto com ele’’.
Quanto à decisão de Rui ter ido pro Japão, Baiano disse: ‘‘foi a melhor coisa que fez, deu tudo certo, era bom e chegou à Seleção Japonesa por mérito. Se o Zanatta fosse pro Japão ficaria famoso igual, ele era profissional e indo pro Japão teria que jogar no amador. Na época ele tomou a decisão certa. O Japão cresceu depois’’, finaliza.
Zanatta fala se arrependeu de não ter ido pro Japão: ‘‘se eu soubesse o que iria acontecer no Japão eu iria, mas o futebol era aqui, naquela época no Japão não tinha nada. Não tem como se arrepender’’.
O ex-jogador opinou se tivesse aceito o convite, se acha que teria o mesmo sucesso do Ramos: ‘‘semelhante, tudo o que ele fez que cativou o japonês, como o futebol alegria, eu fazia aqui. O samba, o drible, a jogada plástica. Profissionalmente seria similar. Mas o diferente é o carisma dele que é maior e hoje ele é o que é’’, refere-se ao que Rui se tornou na Terra do Sol Nascente, dono de restaurante e trabalhando em emissora de TV.

Coluna Dois Toques Chanca

Foto1. Fernandão, Carlão e Adãozinho do máster do SPR

Atração. Os campeonatos de Veteranos e Master de Atibaia de 2012 contaram com uma atração especial no SPR, o meio campista, ex-profissional, Adãozinho, do Bragantino e que defendeu o São Caetano, no vice-campeonato da Copa João Havelange em 2000 e o vice do brasileiro de 2001, também foi campeão brasileiro da Série B no Palmeiras, em 2003, além de outros que defendeu. Personalidades do futebol como ele são atrações que desertam o interesse pela competição. Parabéns ao SPR pela iniciativa.

Juniores. O SC Atibaia encerrou os amistosos visando a Copa São Paulo de Juniores, no dia 30/12, contra o São Paulo, no CT de Cotia e empatou por 1 a 1, o gol foi de Romarinho. ‘‘Foi um belo jogo, nosso time foi super bem, marcou muito bem e criou muitas chances. O Altenir, goleiro, fez quatro boas defesas’’, disse o vice-presidente Leonardo Silvério. O SC Atibaia, está no Grupo T, com sede no Estádio Salvador Russani, em Atibaia, ao lado de Red Bull, Guará e o Sport Recife. A estreia será dia 6 de janeiro, no Alvinópolis, às 14 horas, contra o Red Bull e às 16, jogarão Sport x Guaratinguetá. A segunda rodada será dia 9, às 14 horas, entre SC Atibaia x Guará e às 16, Sport x Red Bull. E no dia 12, às 16, SC Atibaia x Sport e às 14, Guará x Red Bull.

Rápidas. Confira o repórter Fábio Silvério nos jogos do Bragantino pela Rádio Bragança AM 1310. No dia 19/1, às 16h00, Braga x Palmeiras. E na TV Altiora, de segunda à sexta, às 20 horas, no Altiora Jornal. Em Atibaia pode ser visto pela NEET, canal 25. Acompanhe informações esportivas no www.blogdofabiosilverio.blogspot.com.br. E veja o Programa Bola e Apito, com o apresentador Lucas Rangel: www.ligaatibaiensedefutebol.com.br.

Foto2. Bibi foi conhecer o NOVO GOL na Mercantil

GOLEADOR. O bom atacante e artilheiro Bibi, apontado como um dos melhores jogadores de Atibaia e região e que foi vice-campeão estadual e campeão da primeirona de Atibaia em 2011 e da primeira de Bragança e de Mairiporã, em 2012, visitou a Mercantil, a concessionária Wolkswagen de Atibaia e Região há 53 anos e conheceu o conforto e toda a qualidade que o NOVO GOL oferece, além dos ótimos preços. Balance as redes como o Bibi e conquiste um NOVO GOL. A dica é a Mercantil, na Av. Carvalho Pinto, 55. Fone: 4414-1400.

Voleibol1. No dia 13/12, aconteceu na Confederação Brasileira de Voleibol, no Rio de Janeiro, reunião da Superliga Série B 2013. A surpresa é a participação da Seleção Brasileira Infanto Juvenil, que se prepara pro Mundial. A competição terá 8 equipes divididas em duas chaves: no Grupo A: Climed/Atibaia (SP), Aprov/Chapecó (SC), Monte Cristo (GO) e Brasil (RJ). No Grupo B: São Caetano (SP), São José dos Campos (SP), Olympico Club (MG) e Foz do Iguaçu (PR). Serão quatro Grand Prix em cada chave, classificando-se às semifinais os dois primeiros de cada grupo e se enfrentarão na segunda fase no sistema melhor de três partidas. Os vencedores farão a final em jogo único, na casa da equipe de melhor campanha. O primeiro Grand Prix do Grupo A será em Atibaia, dias 18, 19 e 20/1.

Voleibol2. Será a segunda edição da Superliga Série B e o Atibaia é o único time que participou da primeira. A CBV tem valorizado a disputa, os jogos serão transmitidos ao vivo pela internet, no site oficial da CBV. Alguns jogos da fase classificatória e a final serão transmitidos ao vivo pelo canal Sportv. O campeão garantirá uma vaga na elite do voleibol nacional na temporada 2013/2014. A Série A.

Foto3. Ronaldo Lerdão ex-América e os filhos Pedro e Lucas

Gerações. Três gerações a serviço do futebol amador de Atibaia. Primeiro o ex-jogador Ronaldo, que por anos jogou no América e foi diretor do clube, mas também vestiu a camisa de outros clubes. Hoje só acompanha das arquibancadas os jogos, como fez na conquista do seu Ameriquinha, na decisão da Primeira Divisão, mas deixou representantes, os filhos Lucas, assessor de comunicação Liga de Futebol e o caçula Pedro, que sempre está nos jogos, ajudando o irmão mais velho. O amor pelo futebol atravessa gerações.

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