Na semana passada o Palmeiras comemorou setenta anos da conquista da Copa Rio 51 e nós conversamos com o neto e o filho do jogador Milton de Medeiros, o Canhotinho, que fez parte da conquista e seus dois parentes moram em Atibaia. O neto joga futebol e treina na escolinha do clube na cidade
Foto 1. Teodoro e Marcus Medeiros, neto e filho do Canhotinho
Foto 2. Teodoro antes do treino na escolinha do Palmeiras de Atibaia
Foto 3. Canhotinho com a Copa Rio 51 (Foto: Revista O Globo Sportivo: número 652 – 1951)
Futebol
História. No dia vinte e dois de julho o Palmeiras comemorou os
setenta anos da conquista da Copa Rio de 1951, considerada por muitos como o
Mundial Inter clubes da época e no início do mês entrevistamos dois moradores
de Atibaia, que são parentes de um jogador do Palmeiras, que fez parte do
elenco que conquistou este título, o ponta esquerda Milton de Medeiros, o
‘‘Canhotinho’’; o seu filho, Marcus e o seu neto, Teodoro de Medeiros.
Canhotinho também foi tricampeão do Paulistão (44, 47 e
50), do Rio São Paulo (51), a Taça Cidade de São Paulo (46) e pela Seleção
Brasileira, a Copa América (49). atuou pelo Verdão de 43 a 53, se transferiu
para o Racing de Paris (França) e ficou até 55.
O neto treina na escolinha do Palmeiras em Atibaia e nos
falou: ‘‘o amor pelo Palmeiras vêm do meu avô e os treinos na escolinha estão
legais. Assisto os jogos do Palmeiras com o meu pai. Meu vô eu sei que fazia
muitos gols’’, disse Teodoro Medeiros, o Téo.
‘‘O Teodoro mostrou interesse jogar, vim aqui, gostei do
treino, o professor Thiago é pessoa séria’’, afirmou Marcus Medeiros.
‘‘O pai dele entrou em contato e disse que era filho do
Canhotinho, eu disse traz o Téo, pra nós aumentou a responsabilidade, ter um
parente de um jogador tão importante do Palmeiras. É uma honra, tá no sangue, e
saber as histórias que o pai dele nos conta, que ele tenha a mesma carreira do
avô e pra nós isto vai ser excepcional’’, citou o coordenador da unidade, Thiago
Oliveira.
O filho de Canhotinho fala sobre o debate se o Palmeiras tem
ou não o Mundial: ‘‘é mais importante toda essa polêmica que fazem por que está
sempre em evidência. O Brasil tinha acabado de perder a Copa do Mundo de
Cinquenta, no Maracanã, foi um golpe, havia uma angústia de que o povo
brasileiro da época tivesse o reconhecimento do seu futebol. Na preparação pra
esta Copa, em Poços de Caldas, entre quarenta e quatro jogadores, numa dividida
com Djalma Santos meu pai se machucou e foi cortado, ele era indicado pra fazer
parte do plantel de vinte e dois jogadores. Quando se recuperou surgiu a Copa
Rio. Foram quatro jogos na primeira fase, mais dois e a final, ele jogou todos.
Meu pai e a maioria dos jogadores do Palmeiras eram notáveis’’, contou Marcus.
A Copa Rio teve um papel importante no futebol do país: ‘‘precisava
resgatar a autoestima do brasileiro. Em cinquenta foram produzidos diversos
prêmios por que era seguro que o Brasil seria campeão mundial, e como não
ganhou, esses prêmios não foram dados e quando o Palmeiras ganhou a Copa Rio os
prêmios passaram todos pra eles, temos até hoje na família um relógio cem por
cento de ouro, que têm no verso escrito, Canhotinho, campeão mundial de
cinquenta e um, foi uma alavanca que deu moral pra conquista da Copa do Mundo
de cinquenta e oito’’, cita Marcus.
Marcus conta que o futebol foi o responsável por construir
a família de seus pais: ‘‘terminou a Copa Rio e meu pai foi dar entrevista na
Rádio Piratininga, em que trabalhava o Manoel da Nóbrega (pai do Carlos Alberto
da Praça É Nossa do SBT), tinha um programa de esportes, e no programa de
música a minha mãe tocava, Terezinha do Acordeon e o Manoel a apresentou pro
meu pai. Logo ele foi pra França e três anos depois voltou, a pedido do técnico
Osvaldo Brandão pra jogar no Corinthians, o Racing não liberou o passe dele,
mas não retornou pra França e montou com um amigo uma joalheria em São Paulo,
os meus pais se reencontram e casaram’’.
Marcus disse como seu pai começou no futebol: ‘‘Em quarenta
e dois jogava na várzea, no Lapianinho, da Lapa e os olheiros do Palmeiras o
descobriram e nem passou pela peneira. Quando terminou a Copa Rio ele é vendido
e vai jogar na França, no Racing, hoje é o Paris Sant German’’.
Marcus mora em Atibaia há quatro anos, seu pai montou uma
empresa de minérios, carvão mineral e montaram um depósito aqui, ele foi o escolhido
e veio pra cidade.
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