Considerado o revelador de uma das melhores gerações de jogadores de Atibaia. O quadro ‘‘Em Algum Lugar do Passado’’ publicou em 17 de janeiro de 2009 a reportagem e estamos republicando novamente
Foto 1. Vicente Queiroz
Foto 2. O Cetebê de 1963, da esquerda pra direita em pé: Júlio, Remo, Chilo, Tercílio, Américo e Mazini. Agachados: Miltinho Leiteiro, Orlandinho, Ricardo Alfonsi, Vicente Queiroz e Tuta
Futebol. O professor aposentado de educação física, Vicente
José Queiroz, 68 anos, morador de Atibaia, nascido em Piraí/RJ, na década de
oitenta comandou a escolinha da Secretaria de Esportes de Atibaia e até hoje se
comenta: ‘‘o Vicentão revelou a melhor ou uma das melhores gerações de
jogadores de Atibaia’’.
É viúvo, foi casado com Sônia, professora de língua
portuguesa na escola estadual José Alvim, tem três filhos (André, Silvia e
Heloisa) e fez parte da primeira turma de educação física da USP, em 1950,
especializado em futebol e em 1970 fez o curso de técnico. Veio pra Atibaia com
o pai, que trabalhava na construção da Rodovia Fernão Dias, na década de
cinquenta. Foi embora em 56 e retornou em 61.
Apaixonado pelo futebol começou a jogar no campinho da Prefeitura
e no bairro do Ribeirão, aos 12 anos de idade. Serviu o exército em Barra
Mansa/RJ e em 60 foi pro Egito, missão de paz, no conflito no Canal de Suez
entre árabes e israelenses. Ficou até 61 na Faixa de Gaza e lá disputou
campeonatos entre militares, representando o Brasil contra: Suécia, Dinamarca,
Noruega, Índia, Canadá, Finlândia, a antiga Iugoslávia e Colômbia. A
Iugoslávia, campeã do torneio, tinha 5 jogadores da seleção nacional daquele
país. ‘‘Perdemos a final por 5 a 2 pra eles’’, disse Queiroz.
Em 61, em Atibaia, atuou no Cetebê na Terceira divisão de
profissionais do Paulista, jogou pelo São João e chegou a pegar a fase do
Cetebê com o nome de Grêmio.
Sobre a rivalidade entre Cetebê e São João, que quase
impedia um jogador de sair de um clube e ir pro outro disse: ‘‘nunca deixei um
pra jogar no outro sem avisar e por isso nunca tive problema’’.
Jogou em times amadores: Franco da Rocha, Flamengo Vila
Ramos e os Expedicionários da capital.
Foi campeão estadual universitário pela escola de Educação
Física da USP. Em Atibaia atuou pelo SPR, Botafogo, Estância Parque,
Milionários (campeão 78) e aos 38 anos encerrou a carreira e foi jogar nos
veteranos do Grêmio até os 50 anos.
Em 82, com o secretário de esportes Ricardo Alfonsi, na gestão
dos prefeitos Takao Ono e Gilberto Sant’anna foi professor de futebol. ‘‘Uma
boa geração, forçava a parte física, os fundamentos e a tática. Jogávamos com
grandes times como a Ponte Preta, times de Bragança Paulista que batiam em nós,
mas depois mudou. O objetivo era a disciplina. Não basta vencer, tem que ter
disciplina, o respeito e a educação na formação do cidadão. Cheguei a expulsar
um jogador meu que agrediu o adversário sem o árbitro ver. O garoto falou que
eu queria um time de florzinha. Eu falei que queria um time de homens, que
soubessem respeitar o outro. Hoje ele é meu amigo. Possuía um excelente campo e
bolas suficientes pra trabalhar. Eu saia de casa aos sábados, às oito horas da
manhã e voltava às quatro da tarde’’, citou.
Em 73, Vicente e outros professores deram um curso de
futebol nos Estados Unidos, no Estado de Illinóis. O futebol lá estava no
início, os atletas numa partida entre duas universidades brigaram e ninguém foi
expulso. ‘‘Tivemos que explicar que não podia acontecer isso. Eu dava os
treinos e treinava junto’’, diz.
Vicente contou quando Garrincha veio jogar em Atibaia,
partida de exibição, pelos Milionários de São Paulo, em 73, contra a Seleção de
Atibaia, que venceu por 2 a 0, gols de Tilo (2). ‘‘O povo foi ver Garrincha e
ele estava no final da carreira, sem condições de jogo. Abri as pernas para ele
tocar entre elas e fazer a tradicional jogada, ele avançou pela lateral e bateu
raspando a trave. Fui cumprimentado pelo gesto. Para mim que sou fâ do Mané foi
um orgulho ter tomado um vão de perna’’, disse.
Vicentão sempre amou o bom futebol, independente de clubes,
mas têm preferência pelo Vasco, por ser do Rio de Janeiro. Sobre quem foi o
melhor jogador de Atibaia respondeu: Nelson Lunkes, ex-jogador profissional que
atuou no Bragantino, Corinthians, futebol chileno, Corinthians de Presidente
Prudente e outros. ‘‘Ele arrebentou num teste pelo Corinthians, os dirigentes
já o tinham visto no Bragantino. Foi pro time da capital, mas pertencia ao
Braga e pra eles não pedirem muito na negociação chegou a jogar um amistoso
contra o América/RJ com o nome de Hélio, sua estreia. Tive o privilégio de
jogar com ele’’, citou.
Outros bons jogadores que contou: Nambu (Grêmio), Fedô
(Botafogo), Zinho (Atlético da Vila), Binho (SPR), Demerval Aguirre (São João).
Lembrou que Dino Sani do São Paulo, Seleção Brasileira e
Milan (Itália), antes foi dispensado do Cetebê e em seu lugar ficou o Guida. Foi
pro XV de Jaú e mais tarde ficou conhecido como o senhor de San Siro na Itália.
Em 58 foi campeão mundial na Seleção.
O melhor jogador que viu foi Zizinho, carioca no São Paulo,
fim da carreira e deu um título ao Tricolor. Sobre Pelé disse ser seu fã e que
a diferença é que além de jogador era um bom atleta.
Escolinha do Palmeiras disputará torneio em Perdões
Foto 4. Os alunos em treinamento
Futebol Base. A escolinha de futebol do Palmeiras de Atibaia
está na Copa DS Sports, em Perdões, no Sub-14, de 10 a 12/10, com 8 equipes de
São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco.
O Palmeiras lançou a campanha de arrecadação de brinquedos,
de 6 a 9/10 e entrega marcada pra hoje.
No dia 28/10, a unidade de Atibaia fará testes de glicemia e
pressão arterial nos alunos e pais. A ideia é identificar possíveis casos de
diabetes ou que venham a desenvolver a enfermidade. O resultado sai na hora.
‘‘Nossa equipe entende que colaborar com a saúde daqueles
que estão conosco e fazem parte do processo é essencial pra que tenham
qualidade de vida melhor! Vamos ter um profissional da área da saúde que estará
à frente das atividades’’, conta o técnico e professor Thiago Oliveira.
Haverá sorteio de brindes e promoção pros alunos novos com
descontos na inscrição e mensalidade.
Coluna Dois Toques Chanca
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